quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Endeusamento

Numa época em que impera o oportunismo e a esperteza no meio político, ser aquilo que todos deveriam ser por dever de ofício, cumpridores das obrigações assumidas, já virou motivo de endeusamento. O ser corrupto no meio político já não é mais considerado coisa eticamente reprovável, é algo que já faz parte, é inerente aos cargos públicos.

Aliás, eu sempre achei que a ética política não tem nenhuma relação com o comportamento devido pelos comuns dos mortais. Aquilo que a nós, meros eleitores, é negado, não o é aos políticos, que tudo podem e nada os abala. Quando ficamos espantados diante de alguns fatos, é bom saber que isso não provoca o menor rubor nas faces de um político qualquer.

Assim, é possível a uma ministra desmentir sem a menor cerimônia a uma diretora de uma entidade estatal que deveria representar a lisura e a correção, ser um exemplo de procedimento para os contribuintes. Mas não, a ministra chama a essa subordinada de mentirosa sem o menor constrangimento, sem o menor rubor.

Depois se passa a sonegar informações e destruir provas que poderiam comprovar o fato que é mais do que evidente: a ministra não passa de uma pinóquia mentirosa, capaz de destruir a reputação de quem quer que seja para se proteger, alguém em que é impossível se confiar. Quando a realidade desaprova, dane-se a realidade, muda-se a realidade.

E é por isso e por outras que já virou motivo de endeusamento o ser meramente correto, íntegro, probo e posssuidor de caráter. Coisas normais aos comuns dos mortais, mas capazes de tornar deuses qualquer político. E, cá prá nós, você conhece algum deus andando por aí?

sábado, 17 de janeiro de 2009

As Guerras e a Justiça

Desde quando as guerras foram atos da justiça humana? Pode-se atribuir a alguma guerra o rótulo de guerra justa ou santa? É possível querer guerras marcadas pelo comportamento humano e ético? Quem entra em uma guerra, quem apela para esse recurso, pode ser considerado justo, humano ou ético?

Um comportamento bem comportado, educado durante a barbárie, isso é o que se pretende nas guerras? Para isso existe a convenção de Genebra, um conjunto de normas que disciplinam quais são as formas humanas de se arrebentar com a cabeça dos inimigos.

Tudo isso para mim parece um contra senso. A história pode falar em guerras santas, guerras cujo propósito foi destituir ditadores carniceiros, guerras justas. Um dos problemas com as guerras é conceitual: cada um as classifica de acordo com o seu modo de pensar, com suas convicções pessoais.

Não se ouve ninguém condenar a guerra pela posse do poder em Cuba, por exemplo. Talvez tenha sido o caso de uma guerra sem vítimas civis, sem sangue, sem a morte da gente do povo, uma guerra santa e justa. Já ouvi de muita gente que a história já perdoou quem cometeu atrocidades na ilha. Qual história? Quem nessa história? Ou será que os fins justificam os meios?

Não há como separar essa tendência em favor de determinadas causas e os conflitos armados. Sempre haverá um pensar político contido na manifestação; muitos daqueles que se mostram profundamente chocados e alarmados diante de determinadas guerras, silenciam convenientemente diante de outras... 

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Sem querer

Quanto daquilo que nós vivemos é fruto de um querer? Reformulando a questão: somos sujeitos ou objetos no jogo da vida? Nosso viver é um improviso ou a representação de um papel? Quem é o verdadeiro autor desse complexo script que dirige as nossas vidas? Quem escreve a nossa história?

Encontros casuais ou acidentes planejados, quem dirige esse nosso movimento aleatório pelas ruas do mundo? O quanto daquilo que é representa o mero acaso? Perguntas que permanecem sem respostas.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Consumidores do Terceiro Mundo

Como você chamaria um contrato em que você compra 100% de um produto e o fornecedor se diz obrigado a entregar no mínimo 10% do valor contratado? Justo? Injusto? Um roubo? Pois é, é isso o que reza numa das cláusulas do contrato de uma conhecida operadora de serviços da internet.

Seduzido pela propaganda você adere a um contrato que garante banda larga com conexão de 6 megabits. Aí começa a enrolação, você não deve saber que um megabit é diferente de um megabyte. Um megabit (1000 Kilobits), são 100 Kilobytes, que por sua vez 1000 Kilobytes é um megabyte.

Quando você compra uma conexão de 1 megabit está comprando uma de 100 Kilobytes, ou para ser absolutamente preciso: 1 BYTE = 8 bits + 1 bit de paridade, logo, 1 Megabit = 1024 Kilobit
1024 Kilobit / 9 = 113,77 kiloBytes (KB). Ou seja, você contrata 1 Mega e a velocidade máxima nominal que você vai ter é de 113,77 KB/s.

No referido contrato de 6 megabits você está adquirindo uma conexão com a velocidade máxima de conexão de 113,77 KB/s x 6 = 682,62 KB/s. Portanto, pelo disposto no contrato, se a operadora mantiver a sua conexão até o valor mínimo de 68,26 KB/s (dez por cento do valor máximo) você não pode reclamar de nada. O que você acha disso?

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Apressados e... pouco espertos?

Assisti a primeira entrevista do presidente eleito dos Estados Unidos da América do Norte, Barack Hussein Obama. Notável a falta de oportunidade de algumas das perguntas, muitos parecem esquecer que Obama está eleito, mas ainda não tomou posse do cargo.

Sua atuação nesse tempo de espera até a posse - 20 de janeiro de 2009 - se limita a tomar conhecimento da situação do país e a escolher o staff com o qual irá governar futuramente o país. Cobrar medidas de Obama no presente momento é coisa inoportuna, pior, é inútil.

Mas parece que alguns jornalistas precisam perguntar o óbvio para ouvirem o óbvio. Difícil também imaginar que numa entrevista de meros dezenove minutos com o próximo líder da nação mais poderosa do mundo, alguém "desperdice" uma pergunta para saber qual a raça do futuro cachorro do presidente?!?!?!?

Pelo que se pode ver, inteligência não é coisa que dá em árvore...

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Buscando

Busco o entendimento de como funciona essa nossa internete. Sei o básico, conheço alguma coisa sobre a grande rede. Não me impressiona tanto os aspectos técnicos, os kbps, modens, roteadores, servidores, etc, busco entender o usuário, o que o motiva a estar conectadoo, o que busca, o que aproveita e aprende.

Meu interesse é social, busco a comunicação, esse entendimento me é útil na medida em que escrevo e gostaria de saber o que as pessoas gostariam de ler. Não que eu vá modificar totalmente a minha maneira de escrever ou sob o que escrever, mas ajudaria se possível fosse caminhar numa mesma direção: eu e os eventuais leitores.

Independente desse interesse, há outro objetivo, mais importante ainda, já que viver é se comunicar, conhecer pessoas, fazer amizades. Não há maior e mais interessante conhecimento do que aquele que se recebe quando se estabelece uma comunicação com o próximo.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Presente de Grego


Conta a lenda que durante a Guerra de Tróia, os gregos deixaram um grande cavalo de madeira junto às muralhas de Tróia. Construído de madeira e oco no seu interior, o cavalo abrigava alguns soldados gregos dentro da sua barriga. Os Troianos acreditaram que o cavalo seria um presente, um sinal de rendição do exército grego, e introduziram-no dentro de suas fortificações. Durante a noite, os guerreiros deixaram o cavalo e abriram os portões da cidade para que o exército grego pudesse entrar, tomando e destruindo a cidade.

A expressão presente de grego surgiu dessa lenda, significando um presente que traz consigo um engôdo, um ardil. Na informática significa um programa espião que é introduzido na máquina de algum incauto internauta (esses programas sempre exploram a curiosidade dos internautas. Por exemplo: "clique aqui e veja as fotos de fulana sem roupa!") O cavalo não é cavalo, mas o disfarce com o qual o programa espião está "fantasiado". Um programa aparentemente inócuo, mas que carrega o programa espião oculto.

Apesar da comunidade dos internautas sempre alertarem para que ninguém abra estes programas de origem duvidosa, sejam sejam eles baixados na internete, ou sejam eles enviados como anexos de emails, as pessoas ainda continuam caindo nessa cilada. Outro forma de se defender é manter um programa antivírus atualizado que proteja o seu sistema contra a invasão desses chamados malwares (programas nocivos).